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domingo, 8 de agosto de 2010

Só queria dizer

Odeio seu cabelo bagunçado, meio jogado para o lado com ar de mistério. Odeio seu andar cambaleado, sem rumo, na procura do que é incógnito e incorreto. Odeio a forma em que me trata, fala sempre com calma até quando insisto em te irritar. Odeio suas roupas meio largadas, monocromáticas, nas quais ousa se esconder. Odeio a forma torta em que segura o seu cigarro, odeio sua voz rouca por causa do mesmo. Odeio te amar. Odeio quando me faz admitir que estou errada, quando me diz que não está certo, quando advinha o que eu quero. Odeio admitir que não consigo dizer não para você.




Mas eu só queria dizer é que eu odeio o fato de você não existir.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Relógio de chances.

Meu relógio está ao inverso, no sentido anti-horário. As horas não passam, elas voltam. Os dias não terminam, eles começam. Ouço as palavras ao contrário, escrevo de trás pra frente, ando de cabeça para baixo. O norte é o sul e o sul eu não sei onde é. Eu amo quem deveria odiar e quem eu deveria amar, eu odeio. Ando meio perdida, deveria procurar a saída ou um lugar para entrar? Eu quero o que eu não quero e não quero o que eu quero. Não, não tente me entender, nem eu mesma me entendo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Destinados a sofrer

Somos personagens de histórias não escritas por nós. Predestinados a apaixonar pelas pessoas mais improváveis e impossíveis até. Vivendo das mais loucas histórias de amor e então desencantamos, talvez porque não atendia a todas as nossas exigências, talvez porque simplesmente cansamos ou talvez porque o autor de nossa história quis que fosse diferente. E depois? O depois ninguém sabe. Vai pela preferência de cada autor. São páginas e mais páginas em branco que podem ser escritas com muitos detalhes, com adrenalina, aventuras ou não. Às vezes são páginas e páginas para esconder algo que estava no nosso lado, como o amor em nosso melhor amigo, mas o autor decidiu que você vivesse as maiores loucuras de amor, sofresse por cada dia vivido, para no final ficar com quem sempre esteve com você e então ser feliz de verdade.
E tudo isso com o intuito de satisfazer os leitores ou apenas entreter o autor. 

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Confronto comigo mesma.


- Porque você me ignorou? – perguntou.
Você quer realmente saber o porque? É porque tenho medo de você. Tenho medo dos seus olhos, eles são como um abismo, tenho medo de olhar e cair para dentro de você. Tenho medo de tudo que possa acontecer comigo, medo de como me sentirei, não posso me apaixonar mais uma vez por alguém que não dá a mínima para os meus sentimentos, me proibi de fazer isso. Não quero me machucar mais uma vez, não quero criar mais problemas pra você. Por isso fujo dos seus olhos, dos seus sorrisos, de sua voz e de tudo o que eles venham me trazer.
- Não te vi. – respondi.
- Mas não foi a primeira vez – declarou.
- Me desculpe. – pedi.
Me ignore agora, não me desculpe, não, te imploro. Porque fui pedir desculpas? Estava melhor antes, NÃO me desculpe, não agora. Tenho medo de que ao você me desculpar eu me descontrolar, acho melhor te ignorar.
- Desculpo.
Eu queria ouvir tudo, menos isso. Poderia me xingar ou fazer sei-lá-o-que, menos me desculpar. Agora começará tudo de novo, mas não irei suportar, não dessa vez.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Utopia da liberdade.

Voar, eu queria voar. Voar alto, para longe. Deixar todos os problemas para trás, deixá-los no chão. Esquecer tudo. Tudo e todos. Por um instante apenas. E assim ficar leve a ponto de voar. Ir além do mais alto prédio, da mais alta montanha, na busca de sei-lá-o-que. Talvez a procura de mim mesma. Ou então na procura de nada. Ir além do que um ser humano atreveu chegar. Ver todas as maravilhas desconhecidas. Atravessar as nuvens, sentir o gosto de algodão doce que tanto falam. Desrespeitar a lei da gravidade. Ser livre como um pássaro. Desconectar-me dos pensamentos. Ir aos lugares impossíveis e inimagináveis. Espairecer. Voar como um balão quando solto, até que não seja mais visto pelos humanos. Pensar. E assim, aterrissar, é preciso viver, arcar com as consequências da vida. Viver de uma maneira diferente de que vivia antes de voar, viver mais intensamente, aproveitar cada segundo, aproveitar cada voo antes que seja tarde demais. 

domingo, 23 de maio de 2010

Oportunidades para a eternidade.


Te vejo por aí e realmente não sei como reagir. Você seria apenas mais um em minha vida, mas eu queria mais, queria sentir o cheiro do seu perfume, sua respiração sobre mim, sentir o gosto do seu beijo e assim foi. Nos encontramos algumas vezes depois, sempre ao te ver meu coração dispara, minhas mãos congelam,  não, isso de novo não, não agora. Fico tão boba ao te encontrar, e porque não consigo dizer o que sinto? As milhares palavras que conheço se tornam inúteis ao te ver, das complexas as mais simples, todas somem e o máximo que consigo é dizer “oi” e concordar com tudo o que você venha falar. Não que eu realmente concorde com tudo o que diz, mas na hora que te vejo não consigo fazer nada a não ser te olhar e pensar quão sortuda eu seria se sentisse o mesmo por mim. Porque não consigo dizer o que realmente sinto pra você? Será que é tão difícil dizer “eu amo você”? Nunca tive dificuldade de falar isso, mas é assim com você. Me faltam palavras, me faltam pensamentos mas sobram sentimentos. Tenho medo de não te ter, tenho medo de te perder outra vez. Então minha única saída é esconder o que sinto por você, aguentar ao máximo sem falar. E se num simples descuido eu declarar meu amor por você? E se esse sentimento não for recíproco? Não quero te perder, não dessa vez. Deixa como está, vamos ver no que vai dar. Eu amo você! 

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Everything I ask for

Entre pizzas e bebidas algumas tragadas, esperar, eu não sirvo para isso. Cinco caixas de pizza, vazias, estão aqui há dias. Xícaras de café, umas vazias outras com café que esquentaram com tamanho nervosismo. Não tem como evitar, se tornou um vício. Não saio e não estudo, minha vida social acabou, a não ser que amigos na internet pode se considerar vida social. Relações virtuais. “Sem nomes, sem idade, sem sexo e sem passado. É como se cada palavra fosse um gole, um trago, um toque.” Não sei como fui aceitar isso. Cada palavra uma nova experiência. Uma descoberta. Uma emoção. Agonia, choros, ansiedade, nervosismo.  Não é certo, eu sei. Como posso sofrer por algo que não passa de uma tela com frases bonitas e convincentes? Não passa de uma tela. É uma tela. Quem está do outro lado? Você realmente existe? É tudo o que parece ser? Qual é seu sexo? Poderia pelo menos me dizer seu nome? Qual seria sua idade? Você não existe. É só mais outra coisa em minha mente. Você é tudo o que eu queria. Mas não existe. 
Nunca existiu. Nem existirá. Não para mim. Quem é você?