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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Vida de um escritor.


Expressar sentimentos em um papel, mesmo quando o sentimos, nunca foi uma coisa muito fácil. Imagine para quem escreve livros, textos, blogs. O pior de nós, escritores, é apaixonar por um personagem não-real. Estamos sempre atrás de alguém que se pareça com algo que imaginamos. Várias vezes atribuímos aos nossos personagens, características que idealizamos da pessoa perfeita, ideal. Escritores são pessoas das quais são obrigadas a falar sobre tais sentimentos mesmo não os sentindo, descrevê-los ao ponto de fazer com que os leitores se sintam completamente dentro do texto. Imaginar cada detalhe que fará diferença no desfecho. Explicar minuciosamente cada gesto, cada palavra, cada sentimento. Muitos não entendem que não é só porque escrevemos textos sobre o amor quer dizer que o sintamos. Não é só porque escrevemos uma história, uma situação ou qualquer coisa do tipo, quer dizer que aconteceu ou que queremos que aconteça. Na maioria das vezes nossos textos não são destinados para alguém, nem possuem situações reais, muito menos sentimentos reais. Através da tela, nada é o que parece ser.
Personagens são apenas personagens, em alguns textos existe uma grande barreira entre o fictício e a realidade, pelo menos nos meus.
É uma confusão de sentimentos. Por mais que haja alguma realidade em seus textos, escritores são os menos compreendidos. São contradições demais, até mesmo para explicá-los.

Um comentário:

  1. "Muitos não entendem que não é só porque escrevemos textos sobre o amor quer dizer que o sintamos."

    Eu teria sido mais realizada se muitos entendessem isso que você escreveu, de verdade. Amei esse texto. Lindo do título até o último ponto final :)

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